1 é pouco, 2 é bom, mas 3 é demais

                         Escrito por Ana Cláudia de Souza - aluna do 2º ano D     

      
Amélia é uma perfeita dona de casa, uma mulher do lar com um casal de filhos e um esposo. Também tinha uma vizinha solteirona chamada Rosa que morava com sua mãe adotiva.
Amélia e Rosa eram muito amigas, trocavam confidências, receitas, enfim, uma sempre estava ali para apoiar a outra.
Blim-blom! Blim-blom!
Alguém aperta a campainha de Amélia.
-Oi, Rosa, querida, entre, vamos tomar um cafezinho.
-Oi, amiga, vou entrar sim, e tenho um babado fortíssimo para te contar...
-Então vamos logo, adoro fofocas. Sente-se que vou pegar os bolinhos.
-Menina do céu, eu estou saindo com um cara que eu conheci na rua, estava passeando e ele me chamou, disse que já me paquerava a algum tempo e que queria me conhecer melhor. Eu tentei escapar, mas não resisti, dei uma chance a ele e “estou de quatro”.Manda-me lindas mensagens de texto no meu celular, liga no meio da madrugada, na hora do expediente, é a pessoa mais maravilhosa que já conheci.
Enquanto isso, comem bolinhos, tomam café e divertem-se com a nova paixão de Rosa, já que Amélia é casada e fiel, por isso não tem grandes emoções para contar. Ela dá bons conselhos a amiga, pede para que ela tome cuidado e não se jogue cabeça em uma relação com um desconhecido. Rosa vai embora despedindo-se com beijinhos.
No outro dia, a nossa prestimosa dona do lar, vai até a feira bem cedinho, lá encontra Conceição, a mãe de Rosa.
-Oi, dona Conceição, tudo bem?
-Oi, minha filha, tudo bem, graças a Deus, e você? E a família como vai?
-Vamos todos bem, obrigado.
-Amélia, você sabe o que houve com a Rosa ontem?
-Ontem?! Bom até a hora que ela estava lá em casa, não tinha acontecido nada, por quê?
-Porque ela chegou tarde da noite, irritada, soltando fogo pelas ventas, mas não quis me dizer o que houve.
-Não sei não, mas vou ligar para ela, e depois eu te conto, para te despreocupar.
Ela vai para casa e liga para Rosa.
-Rosa, venha até minha casa, quero falar com você.
-Tudo bem, passo aí no fim do dia. Falou com voz chorosa.
Quando elas se encontraram, Rosa a abraçou e chorou, chorou, depois tomou coragem e começou a contar o que houve logo após que saiu de lá na noite passada.
-Ontem, depois que saí daqui, fui lá na casa da minha prima contar para ela sobre Ronaldo. Mas antes de eu começar a contar, ela me falou de umas amigas dela que estava saindo com um cara, por coincidência, é o Ronaldo. Eu sei que ele é casado, mas achei que só saia comigo fora do casamento. Disse-me que a esposa está doente e só por isso não à deixa, então eu aceitei ser a outra, mas dói admitir, mais uma é demais.
Amélia ficou boquiaberta, sem saber o que dizer. Depois de alguns segundos, Rosa continuou seu relato dramático.
-Eu fiquei tão nervosa, que queria feri-lo de algum modo, então coloquei meu celular no confidencial e mandei uma mensagem contando sobre a outra no celular da esposa dele, da Denise, mas para enviar torpedos, o número não fica confidencial, ela contou a ele, que reconheceu meu número, me ligou junto dela e xingou-me de tudo quanto é nome, menos de santa. Depois eu fui à casa da outra amante do meu amante e fiz um escândalo perto da família dela, como se eu fosse a esposa traída, agora estou com medo dele me abandona, não olhar mais na minha cara. O que eu faço? Diga-me, me dê uma luz.
-Bom, acho que você não deveria ter se envolvido com um homem casado, mas agora que já aconteceu, cai fora, amiga. Ele traiu vocês três, é um conquistador nato, só vai te fazer sofrer ainda mais.
Rosa ainda tentou defender-se, mas depois de ficar sem argumentos, chorou mais um pouco e foi embora refletir sobre tudo. Resolveu ligar para a esposa de Ronaldo, marcaram um encontro para se conhecerem. Ficaram superamigas e ambas deixaram Ronaldo para “ as outras”. Ela reatou seu antigo namoro com um ex-noivo, casaram-se e ela passou a ser como Amélia.
Hoje ela continua com sua melhor amiga tomando café comendo bolinhos e rindo das presepadas do passado e discutindo sobre o que fazer no jantar, que usar, qual pediatra é o melhor... Enfim, coisas de uma “mulher de verdade”.

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