Dia inesquecível

Escrito por: Rebeca Moreira, Aldair Alves e Letícia Victória - alunos do 2º ano F


Certo dia, de manhã, tudo parecia estar tranquilo.Levantei da cama, troquei de roupa, tomei café, escovei os dentes e arrumei minhas coisas, pois minha família e eu tínhamos vários planos para o final de semana, era uma viagem para uma casa que meu pai havia alugado para descansarmos.
                          Assim que meus pais e minha irmã acabaram de se arrumar ouço minha mãe:
                          -Felipe, já esta pronto?
                         -Sim... Já estou descendo!
                          -Venha logo!
                          Certo, montei no carro e fomos para a estrada, a casa ficava próxima á cidade de Flimur Weers.
                          -Felipinho, chegamos. –Era minha mãe me acordando.
                          -Nossa! Que casa mais assustadora, pai.
                          -Que isso, filho, é só a sua primeira impressão, me ajude a descer as malas!
                          -Nossa, Carlos, esta casa me dá arrepios...
                          -Até você que não tem medo de nada, Fernanda? Calma, isso passa, vamos nos divertir!!!
                         Resolvi andar pela casa e cheguei à conclusão que era uma casa bem antiga e parecia não ser freqüentada há um bom tempo.
                         -Filho, vá desfazer suas malas!
                         -Certo.
                         No meu quarto achei algo muito estranho e chamei meu pai:
                       - Pai, pai venha ver o que tem aqui!
                       - O que foi, menino? Minha nossa! O que é isso?
                       - Não sei, já estava aí quando cheguei.
                       - Parece ser ossos humanos!
                       E olha que essa era a parte menos assustadora.Já era noite, e eu não conseguia dormir com medo de tudo o que estava acontecendo e fui até a cozinha para tomar um leite, chegando lá:
                       - Toc, toc, toc...
                       Era um barulho que saía de um dos quartos que meu pai não havia aberto ainda.             Eu, muito teimoso, peguei a chave e abri a porta.
                       - Toc, toc, toc...
                       - Aaaaaaaaaaaaa! Fantasmaaaaa!
                       - Calma, garoto desse jeito você é que me assusta.
                       - Você não vai me pegar?
                       - E por que eu faria isso?
                       - Ora, porque você é um fantasma.
                       - Mas não sou ruim como os outros.
                       - Tem outros???
                       - Hehehehe... Aqui não! É que em 1628, antes de morrer, jurei que nunca me separaria das minhas coisas que estão nesta casa, mas hoje me arrependo profundamente, pois não posso sair deste quarto para nada, a não ser que haja algum sentimento verdadeiro meu para com alguma pessoa.
                       - Huaaal... Essa é a história mais estranha que já ouvi. Mais nessa casa só tem coisas velhas, quebradas, sujas, e feias, sem ofensas.
                       - Como assim?
                       - Tudo o que esta lá fora se encontra nessas situações que eu te falo.
                       - Nossa, minha esposa sempre dizia que tudo aquilo um dia acabaria, e ela tinha razão. Perdi trezentos e oitenta e dois anos trancados aqui, sem ninguém.
                       - Nossa, olha a hora, preciso ir dormir, amanhã bem cedo passo aqui, já ia me esquecendo, qual seu nome?
                       - Ernesto! E o seu?
                       - Felipe, mas pode me chamar de Felipinho, agora já vou indo, boa noite.
                       - Boa noite!
                      Já estava bem mais tranqüilo, pois todo o medo presente ali naquela casa se tornara meu amigo, um fantasma, quem diria. No dia seguinte:
                      - Filhooooo! Acorda o café já está na mesa... E lá fui eu...
                      - Bom dia, pai, bom dia, mãe, bom dia, Melissa. – Melissa era minha irmã.
                      - É isso aí filhão, já perdeu o medo?
                      - Me... me... medo... Eu não estava com medo pai! Só estava com, com, é...
                      - Medo! Agora tome seu café, e você, Carlos, deixe o menino em paz, ele ainda é criança.
                      - Ah, mãe, não sou mais criança! A propósito, já ia me esquecendo!
                      - Esquecendo do que menino?
                      - Nada, mãe... Volto no almoço...
                      - Espera, mas aonde você vai?
                      - Fui!
                      É claro que estava indo visitar meu novo amigo Ernesto.
                      - Ernesto, Ernesto...
                      - Oi! Você veio mesmo!
                      - Por que? Você não acreditou em mim?
                      - Não! Nada disso, é que muitas pessoas passaram por aqui, mas quando me viam, gritavam e iam logo embora.
                      - Mas porque, se você é tão bom?
                      - A Felipinho, nem todos são como você.
                      - Como assim?
                      - Você é parecido com o meu Netinho Otavio, atencioso, amoroso, caridoso, um amigo que sempre está se preocupando com o outro, pena que nunca tive a oportunidade de dizer essas coisas para ele.
                      - Você acha isso de mim?
                      - Sim, Felipe, você é assim!
                      - Ernesto...
                      - O que foi?
                      - Olha, o que é aquela luz?
                      - Não sei!
                      Era uma luz muito forte que quase nos cegou, dentro dela havia uma espécie de anjo que dizia:
                      - Ernesto, você cumpriu sua pena aqui nesta vida, já está pronto para partir para junto de sua família e amigos.
                      - Mas como?
                      - Você, durante todo este tempo, esteve preso às suas coisas materiais, se esquecendo do valor que a vida podia lhe dar, mas graças a esse garoto, você conseguiu enxergar o verdadeiro sentido da vida, que é o amor, o afeto, o carinho, o abraço a partilha e o mais importante, a felicidade.Venha, vamos partir.
                      - Mas já, assim, de repente? Logo agora que encontrei um grande amigo?
                      - Não, Ernesto, vá. Sempre lembrarei de você, pois você me ensinou a estar a serviço do outro.
                      - Que bom, adeus, Felipinho, adorei te conhecer!
                      - Adeus, o prazer foi todo meu!
                      Ernesto e aquele ser sumiram aos poucos com aquela luz, e este foi meu último contato com Ernesto. Meu pai então resolveu comprar aquela casa e nos mudamos para lá, nunca contei nada a ninguém. Meu pai era presidente de uma associação, então sempre fazia reuniões e escolheu o quarto de Ernesto para ser sua sala de reuniões, e o nome da sala, a partir daquele dia, passou a ser Sala de reuniões Ernesto Pires. E este meu fim de semana nunca teve fim.